O teatro é sempre instigante. Concluída uma experiência, vêm sempre sonhos de outros espetáculos, como forma de vivenciar novas experiências profissionais - mais que isso, de estabelecer uma comunicação especial com as pessoas através da arte.
No final de 2009, começamos a nos reunir para a definição do novo espetáculo. A última montagem, “Auto da Compadecida”, tinha apresentado bons resultados, incluindo o 6º Prêmio Usiminas-Sinparc de melhor espetáculo de 2008. Essa era a segunda incursão do grupo no universo de Ariano Suassuna. A primeira experiência foi em 2003, com a “Farsa da Boa Preguiça”.
E agora? Seria o momento de concluir a trilogia de Suassuna? Decidimos deixar esse projeto para o futuro e investir, inicialmente, em um trabalho colaborativo, envolvendo pesquisa, diálogo, negociação. Recortamos, entre a gama de opções, o tema da violência.
Pensamos em algo mais contemporâneo, a exemplo do espetáculo “Retrato Falado”, dirigido por Alexandre Toledo, marcado pela incomunicabilidade, solidão e violência. Começamos a ler as notícias de jornais. A princípio, elegemos a família e seus inúmeros conflitos.
Os próprios integrantes do grupo começaram a narrar suas histórias.
Reuniríamos as personagens distinas em uma ‘grande e louca família’ permeada de violência, dor, tristeza, envolta em teias de imcompreensões e amarguras.
Recorremos também à literatura: Tolstoi, Graciliano Ramos, Raduan Nassar, listagem que se foi avolumando ao longo da montagem.Reunimos pessoas afinadas com o grupo e com a arte, o ator Athos Reis, os escritores Anderson Feliciano e Lao Borges, para redigir a partir dos textos originais produzidos pelo elenco. Foram várias sessões de histórias, leituras, discussões e emoções.
A violência contra a mulher foi um dos temas cogitados. Dessa forma, foi sugerido o nome “Dolor(es)”, substituído por “Cuidado: Frágil!”. Eram muitas ideias efervescentes que ganharam o tom do diretor convidado, Mauro Júnior, que trouxe outras propostas, renovadas a cada encontro.
A dramartugia, direção, cenografia, iluminação, voz em off e trilha sonora pesquisada foram assumidas por Mauro Junior.
Assim, foi sendo concebido o espetáculo. Depois dessa trajetória, apresentamos o novo espetáculo. É claro que esperamos que gostem – os motivos podem ser diversos: porque é alegre ... e/ou triste, por ser diferente... e/ou parecido com aquele outro, por se verem refletidos, ou por vislumbrarem um recorte da sociedade, das emoções, dos desejos, dos conflitos, das dores. Tenham a certeza de que o fizemos com muito carinho e empenho. Acreditando. Muito obrigado.
Desde sua formação, a “Companhia da Farsa” tem se esforçado em apresentar ao público espetáculos de qualidade, baseados no binômio texto/trabalho de ator. Essa trajetória inclui duas montagens infantis de textos de Maria Clara Machado: "Tribobó City" e "Aprendiz de Feiticeiro". O primeiro recebeu um total de 10 indicações para os prêmios Sesc/Sated e Bonsucesso/Sinparc, rendendo indicações para quatro atores do grupo; o segundo recebeu duas indicações para o prêmio Usiminas/Sinparc, sendo uma delas para melhor ator coadjuvante.
Alguns Espetáculos:Auto da Compadecida é considerado melhor espetáculo de 2008.Vencedora em seis categorias dos Prêmios Usiminas-Sinparc e Sesc-Sated.A montagem da Cia da Farsa de uma das peças mais conhecidas de Ariano Suassuna, Auto da Compadecida, ganhou o 6º Prêmio Usiminas-Sinparc como melhor espetáculo de 2008, além de melhor trilha original (Leri Faria) e figurino (Alexandre Colla). No Prêmio Sesc-Sated, em sua 14ª edição, a peça foi também vencedora nas categorias trilha sonora e figurino, bem como de comediante para Dudu Guimarães, que faz o papel de Chicó. O espetáculo tem direção de Alexandre Toledo.
O primeiro prêmio é uma realização do Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (Sinparc), com patrocínio da Usiminas, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, para reconhecimento dos melhores profissionais e peças do teatro e da dança
No elenco, estão os atores: Adenilson Lopes (Palhaço / Cangaceiro / Emanuel); Alex Zanonn (Coronel / Sacristão / Encourado); Athos Reis (Padeiro); Dudu Guimarães (Chicó); Elton Monteiro (João Grilo); Emerson Rezende (Palhaço / Cangaceiro); Marcus Labatti (Padre); Sidneia Simões (Mulher do Padeiro); Suelen Ogando (Palhaço / Frade / Compadecida) e Waslay Horta (Bispo).
A direção musical e a trilha sonora estão a cargo de Leri Faria; os figurinos levam a assinatura de Alexandre Colla, também responsável pelo cenário, juntamente com Yuri Simon. A assistência de direção e preparação corporal são de Anderson Vieira, maquiagem de Márcia Carvalho
"O Contrabaixo", espetáculo baseado na obra de Patrick Süskind, deu ao protagonista, Alexandre Toledo, o prêmio Usiminas/Sinparc de melhor ator de 2005, além de outras cinco indicações, incluindo a de melhor espetáculo.
"Farsa da Boa Preguiça", texto de Ariano Suassuna, recebeu sete prêmios em Florianópolis e em Belo Horizonte, quatro indicações no Prêmio Sinparc
Aprendiz de Feiticeiro, 10 indicações para os prêmios Sesc/Sated e Bonsucesso/Sinparc, rendendo indicações para quatro atores do grupo
Lançamento do Livro da poeta Alzira Ribeiro "Soleiras para um Império Novo"
2009
Curta Metragem "Criaturas" 2010